Procuro nesta resposta dar algum feedback sobre uma parte do ensaio partilhado, partilhando a minha interpretação sobre o mesmo.
Por exemplo, peixinhos da horta – uma iguaria portuguesa,
que consiste em fritar feijão-verde, depois de envolto em tempura - são um protótipo, dado que se assemelham a peixe frito, nomeadamente, carapaus ou joaquinzinhos.
Discordo que os peixinhos da horta sejam considerados um protótipo, segundo a definição que utilizas.
Antes de analisar esta questão e numa primeira reação, e estando eu habituado ao conceito de protótipos num contexto de “produtos”, em que os vejo como uma representação sensorial do que poderá ser um produto acabado, discordo desta frase. Uma definição alinhada com esta é a apresentada em https://en.wikipedia.org/wiki/Prototype.
Observo assim o preconceito que tinha sobre a palavra protótipo que me “toldou” a interpretação do contexto associado por alguns momentos. Partilho como exemplo prático.
Depois dessa primeira reação, e visitando a fonte que referes ao mencionar a palavra protótipo (Cf. George Lakoff e Mark Johnsen (2003) Metaphors we live by. London: The University of Chicago Press, percebi que há ali também muito para ler, não percebendo no entanto a citação - o que motivou a mesma?
De resto, fui entretanto encontrar a teoria dos protótipos, explicada em https://en.wikipedia.org/wiki/Prototype_theory e percebi um pouco melhor, ligando-me ao que dizes citando:
«Prototypes are typical, highly representative examples of a concept that correspond to our mental image or best example of the concept.» (FELDMAN 2014:249).
Quanto ao exemplo compreendo melhor ao do melro que é protótipo de pássaro e que o pinguim nem tanto, referido em:
de https://en.wikipedia.org/wiki/Prototype_theory, a 2018-07-29
Thus instead of a definition based model—e.g. a bird may be defined as elements with the features [+feathers], [+beak] and [+ability to fly]—prototype theory would consider a category like bird as consisting of different elements which have unequal status and, therefore, a robin is considered to be more prototypical of a bird than, say, a penguin (which, for instance) can’t fly).
Diria assim, após esta leitura que os “peixinhos da horta” funcionam mais como metáfora do que propriamente como protótipo.
Em que medida é que vês os “peixinhos da horta” como protótipos ?
Que práticas/exercícios bem-definidos no tempo e espaço poderemos desenvolver a nível individual e coletivo para nos libertarmos do preconceito mais rapidamente?